Dama de Espadas

Um blog dotado não só de espadas como também de lanças, cimitarras, punhais, bazucas, granadas, minas, metrelhadoras, caçadeiras, punhos ingleses, machados, mocas e ainda estamos à espera das ogivas nucleares.

18.12.05

"De Gutenberg a Pimpinha"

Artigo do Nuno Markl acerca da nova colunista de "O Independente", a Pimpinha Jardim...

15/11/2005: DE GUTENBERG A PIMPINHA

Johannes Gensfleisch Zur Laden Zum Gutenberg. Nascido em 1398. Presume-se que tenha falecido a 3 de Fevereiro de 1468. Um operário metalúrgico e inventor alemão, a quem se deve, na década de 1440, a invenção da imprensa. O poder da criação de Gutenberg seria demonstrado em 1455, ano em que o inventor editaria a famosa Bíblia em dois volumes. Sim, a Bíblia de Gutenberg tornou-se num marco notável na História das palavras impressas. Até ao passado fim-de-semana.
No passado fim-de-semana, o semanário português O INDEPENDENTE publicou, discretamente, no seu suplemento VIDA, uma coluna de opinião da autoria de Catarina Jardim. Quem é Catarina Jardim? Nada mais, nada menos do que a popular Pimpinha Jardim. Que fica desde já a ganhar a Gutenberg neste ponto - Gutenberg não tinha nenhum nome de mimo. Ele era capaz de gostar de ter um nome de mimo - não deve ser fácil ser Johannes Gensfleisch ZurLaden Zum Gutenberg - mas creio que ainda não era muito comum, na Alemanha do século XV, atribuirem-se nomes de mimo. Muita sorte se alguma das namoradas lhe chamou alguma vez JOGU, o único diminutivo aceitável de Johannes Gutenberg. E mesmo assim não é muito aceitável, porque soa demasiado próximo a iogurte, e isso é uma indústria completamente diferente daquela na qual Gutenberg se movia.
Voltemos então a Catarina Jardim e à sua coluna no jornal. O título do artigo é TODOS A BORDO, e trata-se - como o nome indica - de um relato detalhado sobre um cruzeiro a África que a jovem fez. Ela diz, no início "O cruzeiro a África foi uma loucura, pode mesmo dizer-se que foi o cruzeiro das festas - como alguns dos convidados chamavam ao navio em que Luís Evaristo nos presenteou com MAIS UM BeOne on Board". Gosto da maneira como ela fala, sem explicações nem perdas de tempo, de pessoas e iniciativas sobre as quais boa parte dos leitores não faz a mínima ideia quem sejam ou no que consistem. Nada contra - isto faz com que qualquer leitor se sinta cúmplice e rapidamente imerso no universo Pimpinha. Adiante.
Ficamos a saber que ela esteve em Tânger, e que a experiência foi, possivelmente a mais marcante da vida desta jovem. Passo a ler o que ela escreve: "Tânger é bastante feia, muito suja e as pessoas têm um aspecto assustador."Nunca fui a Tânger, mas já fui a sítios parecidos e subscrevo inteiramente as palavras de Pimpinha. Malditas pessoas pobres, que só estragam o nosso planeta com a sua sujidade e o seu ar assustador! É preciso ser-se mesmo ruim para se escolher ser pobre, quando se pode ser tão limpo e bonito. Quando se pode ser,em suma, rico. Eu penso que a Pimpinha acertou em cheio na raiz de todos os problemas mundiais da pobreza. Andam entidades a partir a cabeça em todo o mundo a pensar nisto, andou a Princesa Diana a gastar tantas solas de sapatos caros a visitar hospitais, capaz de apanhar uma doença, quando nós temos a Pimpinha com a solução. Se calhar basta lavar estas pessoas, e talvez - acompanhem-me neste raciocínio; Pimpinha vai ficar orgulhosa de mim - se calhar basta lavar estas pessoas, e em vez de gastar rios de dinheiro a mandar comida para África, porque não os Médicos Sem Fronteiras passarem a andar munidos de botox. Botox! Reparem: não é fazer cirurgias plásticas a toda esta gente feia que vive nestes países, porquei sso seria demais. Mas, que diabo - botox? Vão-me dizer que não é possível ir de vez em quando a estes sítios e dar botox a estas pobres almas? Como o mundo ficaria mais bonito. Adiante. Pimpinha desabafa, dizendo, sobre as pessoas de Marrocos, "apesar de já ter viajado muito, nunca tinha visto uma cultura assim, e sendo eu loura, não me senti nada segura ou confortável na cidade". Talvez. Mas vamos supor que trocavam Pimpinha por, vamos supor, 10 mil camelos.Era um bom negócio para o Independente. Dos 10 mil, escolhia, vamos lá, 2 para>passar a escrever a coluna - o que poderia trazer melhorias significativas de qualidade - e ainda ficava com 9 mil 998. O que, tendo em conta que Portugal está a ficar um deserto, pode vir a revelar-se um investimento de futuro. Pimpinha prossegue: "Já em segurança, animou-me a festa marroquina, com toda a gente trajada a rigor". Suponho que, para a Pimpinha Jardim, "uma festa marroquina com toda a gente trajada a rigor", tenha sido assim tipo uma festa de Halloween, tendo em conta que os marroquinos são - como a colunista diz umas linhas acima - gente feia como nunca se viu. Adiante. Ela diz: "A seguir ao jantar, mais um festão que voltou a acabar de madrugada". Calma - esclareçam-me só neste aspecto, para eu não me perder. Portanto, houve uma festa, não é? E a seguir, outra festa. OK. Uma pessoa corre o risco de se perder nestes cruzeiros, com toda esta variedade de coisas que acontecem. Diz Pimpinha: "Desta vez não deu mesmo para dormir já que fomos expulsos dos camarotes às 9 da manhã, para só conseguirmos sair do navio lá para as 14 horas. Tudo porque um marroquino se infiltrara no barco e passara uma noite em grande, uma quebra inadmissível na segurança". Ora bom. Ora bom, ora bom, ora bom, ora bom. Portanto, aqui a questão é: viagens a Marrocos e festas com pessoas vestidas de marroquinos, tudo bem. Agora, se pudessem NÃO ESTAR LÁ os marroquinos, isso é que era jeitoso. Malditos marroquinos, sempre com a mania de estarem em Marrocos. E como é que acontece esta quebra de segurança? Eu compreendo o drama de Pimpinha. É que o facto da segurança deixar entrar um estafermo marroquino vestido de marroquino, numa festa com gente bonita vestida de marroquina, isso só vem provar que, se calhar, os amigos da Pimpinha não são assim tão mais bonitos do que essa gente feia de Marrocos. E isso é coisa para deixar uma pessoa deprimida. Temos nós a nossa visão do mundo tão certinha e de repente aparece um marroquino e uma brecha na segurança... Enfim - nada que uma ida às compras não resolva, ao chegar a Lisboa, certo, Pimpinha? Adiante. Diz Pimpinha: "Já cá fora esperava-nos um grupo de policias com cães, para se certificarem de que ninguém vinha carregado de mercadorias ilegais - e não sei como é que, depois de tantos avisos da organização, ainda houve quem fosse apanhado com droga na mala!" DROGA? NUMA FESTA DO JET SET PORTUGUÊS? NÃO! COMO? NÃO. Recuso-me a acreditar. Deve ter sido confusão, Pimpinha. Era oregãos. Era especiarias. Pimpinha Jardim declara: "Mas o saldo foi bastante positivo. Aliás, devia haver mais gente a arriscar fazer eventos como estes". Gosto desta Pimpinha interventiva. Sim senhor, diga tudo o que tem a dizer. Faça estremecer o mundo. E com assuntos que valham a pena. Aliás, era capaz de ser uma boa ideia escrever um e-mail ao Bob Geldof a tentar fazê-lo ver que essa história de organizar concertos para combater a pobreza em África... Para quê? Geldof devia começar era a organizar concertos para chamar a atenção do mundo para a falta de cruzeiros com festas. Isso é que era. Mania das prioridades trocadas. Que maçada. Mesmo no final, a colunista remata dizendo: "Devia haver mais gente aarriscar>fazer eventos como estes - já estamos todos fartos dos lançamentos, "cocktails" e festas em terra. Aprecio aqui duas coisas: a utilização do "já estamos todos", como se Pimpinha voltasse a acolher o leitor no seu regaço como que dizendo: "Sim, tu és dos meus e também estás farto de lançamentos, 'cocktails' e festas em terra. Excepto se fores marroquino, leitor. Se for esse o caso, por favor, exclui-te deste 'todos' ou então vai tomar banho antes, e logo se vê". Depois, é refrescante saber que Pimpinha está farta de lançamentos, 'cocktails' e festas. Eu julgava que nos últimos dias a tinha visto em cerca de 250 revistas em lançamentos, 'cocktails' e festas, mas devia ser outra pessoa. Só pode ser. Confusões minhas.
Em suma: finalmente, há outra vez uma razão para ler O INDEPENDENTE todas as semanas. Tardou, mas não falhou. Pimpinha Jardim é a melhor aquisição que um jornal já fez em toda a História da Imprensa mundial.

Nuno Markl

Meus senhores, posto isto, podemos dizer que "O Homem Mordeu o Cão"!

"Dei-te quase tudo"

Esta última semana foi, sem dúvida, a mais frenética e alucinante que já vivi na Católica. Trabalhos em atraso, apresentações em cima do joelho, troca de apontamentos, corridas à reprografia, poucas horas de sono, muito café, testes encavalitados, escondidas no parque de estacionamento para desanuviar (conheço quem o tenha feito meus senhores).
No meio de muitas destas aventuras, achei particular piada a uma evolução sequencial minha e de um amigo (que por enquanto perfiro manter anonimato). Toda a gente conhece a novela (mais uma...) que sublinha a eterna assimetria Norte/Sul do país: "Dei-te quase tudo". O que me intriga é que os ditos portuenses têm um sotaque que, curiosamente, é lisboeta. Eu não me pronuncio, longe de querer prejuízo à nossa TVI. Talvez sirva de tema para um outro post. Adiante.
Vou então mostrar-vos a sequência de bacoras ao longo da semana, só para terem uma noção do estado em que andávamos.

Original: "Dei-te quase tudo"
Amigo: Dá-me tudo o que puderes"
Eu: "Dá-me com tudo"
Amigo: "Dá-me com força"
Terminou por aqui. Resumindo e concluido... subconsciente de gente encalhada!

9.12.05

Só na Catolica!


Caros senhores, venho por este meio desafiar o aluno de uma outra qualquer universidade que consiga bater o raciocínio estratégico e perspicaz de uma alma penada algures no nosso recinto. Alma, esta, que teve por vontade misericordiosa de nos abençoar com a sua luz imaculada e dar-nos a conhecer o verdadeiro sentido das coisas.
Para quem ainda não se deparou com o prodígio, aconselho vivamente a visitar a Sala do Aluno. Senão se encontrar no mesmo sítio, há uma explicação: não resisti em responder por escrito. E digo-vos que não foi para agradar.
Agora, posto isto, antes de vocês se deitarem, rezem 3 avé-marias por aquele ser incólume e reflictam sobre a mensagem que nos foi deixada!
"Já agora, vale a pena pensar nisto!"

5.12.05

Betomania

É sem dúvida alucinante! Depois de tantas modas já ultrapassadas, nunca houve tanta adesão a esta última que, por sinal, se vê proliferar tão ou mais depressa que a própria gripe das aves: vulgo betomania.
No entanto, e para quem não sabe, a betice não se resume só à roupa e acessórios como as barbies, mas vem igualmente acompanhado com um pacote de software “sofisticadíssimo”, que inclui pensamentos “muito à frente” e vocabulário “bué fashion”. No entanto, este software é só compatível com seres dotados de muito espaço no “disco”. Caso contrário, não será possível a instalação por sujeição a detecção de vírus.
Para aderir à moda (no caso feminino) é necessário:

1. Vêr Morangos com Açúcar.

2. Sair sempre de casa com as bolachinhas de água e sal e o iogurte líquido de maçã e morango, com pedacinhos de aveia, com apenas 2 calorias.

3. Colocar sempre uma fina camada de dois dedos de base, só para tapar as borbulhas.

4. Usar aqueles casacos super curtos, que se parecem mais com soutiens de manga comprida.

5. É imperatório não sair de casa sem uma peça de roupa laranja, ou rosa, ou amarelo, ou verde fluorescente que, se lhe puséssemos duas bandas reflectoras nas costas, eram facilmente confundíveis com varredores de rua.

6. Andar sempre com os livros á frente do peito, em jeito de compenetração.

7. Andar sempre com uma garrafinhas de água de 50 dl, não vá engasgarem-se com uma qualquer partícula que tivesse permanecido entre os dentes.

8. Sair com a risca um pouco acima da orelha esquerda, criando propensões para a geração do estrabismo agudo.

9. Para evitar o inconveniente do ponto 8, usar sempre um ganchinho para prender a franja, quando não a tem cortada rente à sobrancelha.

10. É elementar, para o efeito, uns óculos de sol que protejam metade da cara, assemelhando-se mais a um capacete dos astronautas da NASA.

11. Não abrir muito a boca quando se fala, mantendo apenas a abertura necessária para se entender minimamente o que se diz, ao estilo de quem designe “cuzinho de galinha”.

12. Rir histericamente com piadas do arco da velha. E, quando está acompanhada, em uníssono, para parecer que teve mesmo piada.

13. Trazer sempre plaquinhas de identificação ao pescoço (de preferência c o número da mumy), não vá perder-se.

14. E, tal como o gado (na verdadeira acepção da palavra) para se sentir protegido, também andam ao molho.

Estes são alguns dos muitos pontos essenciais para aderires à onda beta! Para mais informações: http://gridpoint.maquina.com/~solo/blog/archives/000064.html

I had a dream...

A ideia de criar um blog mais alternativo, remonta já de há algum tempo. Até que hoje, dia 5 de Dezembro de 2005, pelas 10 horas, correspondendo a uma aula de Espanhol, a crítica irónica me assolou a alma.
Com inspiração em outros blogs, espero fazer deste um local de exposição de ideias curiosas, e assuntos temáticos interessantes por si só.
Espero por outros contribuidores, dotados do mesmo espírito!
Aceitam-se sugestões de leitores de assuntos a abordar dentro das directrizes deste blog!
Cumprimentos e espero que se divirtam tanto a lêr como eu ao escrever!