Dama de Espadas

Um blog dotado não só de espadas como também de lanças, cimitarras, punhais, bazucas, granadas, minas, metrelhadoras, caçadeiras, punhos ingleses, machados, mocas e ainda estamos à espera das ogivas nucleares.

19.9.06

Aula de História Contemporânea

Hoje tive aula de História Contemporânea. Uma aula bastante elucidativa e vital (para aqueles que, futuramente, quererão desmarcar-se no mercado de trabalho de forma extremamente positiva). Para quem não sabe o que é, trata a História Mundial dos séculos XIX e XX: desde a Belle Époque à crise da Mornaquia Constitucional portuguesa. Sempre achei piada a esta conversa das cronologias.
Se, já na aula anterior, fiquei com a pulga atrás da orelha mediante disfunsões vocal (aquilo deve verter bagaço de manhã, e carregar-lhe com um de wisky pela noitinha) e motora (provavelmente já devem ter conhecido daquelas pessoas que falam pelas mãos, parece que têm tiques nervosos), hoje vim confirmar que as rodas dentadas daquela cabecinha emperraram com estas mudanças de tempo. As malucas.
Foi hoje, dia 19 do mês decorrente, pelas 11.30 da manhã, que assisto a uma das aulas, não digo estúpidas que isso era uma coisa muito chata para a senhora, mas mais desconcertantes que já tive.
No princípio, distribuiu umas folhas com uns documentos (fotocopiados do “caderno”... sim porque sebenta dá mau aspecto, “soa muito mal ‘tá a ver?”... desculpe) para a turma lêr:

Então olhamos para a folha e, para analisarmos esses documentos, precisamos de três passos essenciais...

Já estava preparada para escrever nomes técnicos do arco da velha, que parece que estão a insultar o aluno, a 200Km/h. Mas logo levanto a cabeça meio que inclinada como quem diz: Está a gozar comigo!...

Primeiro passo é vêr o título, o segundo quem redige e o terceiro é a data.

Desculpe, disse que dava aulas há quanto tempo? 28 anos... !!

E então o que é que fazemos a seguir? Lêmos o texto todo ou aos bocados?

Eu por norma costumo lêr parágrafo sim, parágrafo não, para não me cansar tanto. Até mesmo para inculcar alguma diversão nesse tão grande esforço que é lêr.

Muito bem, e sobre o que é que trata o texto?

Isto não é leccionar uma cadeira académica, mas sim tratar os alunos por parvinhos (o que não quer dizer que não conheça gente assim, atenção), como miúdos xonés, que metem as mãos entre as pernas e balançam para a frente e para trás, a lançar grunhidos. Babamo-nos de estupefacção diante de tanta sabedoria, principalmente quando ouvimos que a primeira coisa que uma pessoa deve fazer, num texto, é lêr o título. Eu já andava com certas dúvidas...
O que me lixou o dia foi quando a professora lança a questão do “então se a mão-de-obra aumenta, o que é que aumenta obrigatoriamente?”, e alguém ao meu lado responde: os salários.